segunda-feira, 3 de agosto de 2009

PARA ONDE VAI TODO ESSE DINHEIRO? PARA OS BANQUEIROS.

UMA MIGALHA VAI PARA O BOLSA FAMILIA. OUTRA PARA OS SERVIDORES PÚBLICOS. UM TICO PARA A CORRUPÇÃO E UMA PICHILINGA PARA A FAMILIA SARNEY...
E OS BURROS FICAM VENDO TV ENQUANTO OS BILHÕES ESCORREM PARA OS BANCOS.


Brasileiro trabalha 147 dias no ano para pagar tributos
por Gisela Cabral e Marinella Castro

Cada vez mais, os brasileiros pagam altos tributos para consumir alguns produtos. A campeã nacional em impostos e contribuições é a cachaça artesanal. Do custo de produção de uma garrafa, 81,87% vão para os cofres do governo, para a tristeza do analista de mercado André Lima Maciel, um apreciador da bebida. “A cachaça é um produto nacional e essa tributação nas alturas desmotiva os pequenos produtores”, observa. Ele acrescenta que as taxas incidentes sobre outros artigos, como alimentos e roupas, são igualmente absurdas. Do total de sua renda, ele calcula que uma média de R$ 650 deve ir, mensalmente, para pagamento de impostos indiretos escondidos em produtos ou serviços que adquire.

A pedagoga Flávia Alves e seu marido, o bancário Luiz Gustavo Caldeira de Souza, se impressionam com a tributação embutida no custo de produtos de higiene pessoal. No perfume que Flávia usa diariamente, que ocupa o oitavo lugar do ranking de campeões elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), há 69,13% em impostos. E mesmo no creme dental de Luiz há uma carga de 25,45%.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basílio, observa que há uma série de produtos de necessidade no uso diário que têm alta tributação. Fraldas descartáveis e absorventes, por exemplo, têm taxa de 37,5%. Para desodorantes, os tributos chegam a 43% e mesmo para protetores solares os impostos passam dos 35%. “Essas taxas deixam à margem do consumo uma grande parcela da população de baixa renda”, pondera.

Ranking

O coordenador do Departamento de Economia da Associação Brasileira das Indústrias de Alimento (Abia), Denis Ribeiro, faz observação parecida quanto aos produtos alimentícios. “Há mais de 15 anos defendemos uma tese para que alimentos sejam tratados de forma diferenciada”, diz. Segundo ele, em países desenvolvidos, para esse tipo de produto a carga varia de 6% a 8%. Aqui, a média de taxação de produtos industrializados é de 35,2%. Para semielaborados, como carnes, fica em 18,31%; e para itens in natura, como frutas, fica em 22,39%. O superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, diz que os itens industrializados representam mais de 50% das compras mensais dos consumidores. Isso significa que a maioria das pessoas paga mais de 35% em tributos pelos itens que coloca no carrinho. “Nossa margem de lucro está em 1,5% e mesmo assim colocam os supermercados como vilões, quando há altas de preços.”

A carga tributária nacional surpreende, sendo superior à de países como os Estados Unidos e México. No ranking dos países que mais arrecadam, o Brasil entra na disputa com a Suécia, primeiro colocado, seguido pela França. Quando observado o período que a população trabalha para pagar impostos, o brasileiro tem que destinar 147 dias, enquanto o sueco paga seus impostos com 185 dias e os franceses, com 149.

Fonte: Correio Braziliense, 2 de agosto de 2009. Na base de dados do site www.endividado.com.br.

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