Ottla, uma mulher robusta, não suportava ver o sofrimento das crianças e insistiu em se juntar a elas. O oficial nazista responsável pela seleção permitiu que ela ficasse com os pequenos assustados. Juntos, foram diretamente para as câmaras de gás, onde Ottla perdeu a vida ao lado delas no mesmo dia. Será que ela sabia para onde estava indo? Talvez sim. Ela não parecia ser uma mulher ingênua. Já circulavam rumores e histórias, e é improvável que alguém tão inteligente quanto Franz Kafka tivesse uma irmã alheia à realidade sombria do mundo em que viviam.
Ao voluntariar-se para ficar com as crianças, que estavam prestes a enfrentar a morte, e ao tentar elevar seus ânimos nos últimos momentos, Ottla demonstrou um grande ato de compaixão. Suas filhas nasceram de um casamento com um homem cristão, o que fez com que elas escapassem das garras da morte. Mesmo assim, ela optou por passar seus últimos momentos de vida cuidando dessas crianças que não tinham mais pais, oferecendo-lhes o amor e a proteção de uma mãe.