domingo, 16 de março de 2025

Waldemar solha, um poeta

Quando, para  a semana-santa de 2005,  a Prof. Ilza Nogueira me pediu que fizesse um libreto em versos de cordel,  para que ela criasse o Oratório Via-Sacra, estas foram as estrofes para a Sexta-Estação, que ela apresentou com uma transcriação da música do espanhol Manuel de Falla:
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SEXTA ESTAÇÃO – Verônica Enxuga o Rosto de Jesus
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Aquele lance, em tourada,
em que o matador passa a capa
na cara do touro negro,
e a sua visão lhe tapa,
Verônica tem como nome,
fazê-lo faz o renome
do toureador que lhe escapa.
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As bandarilhas, que aos pares,
finca no dorso do touro,
além de irritá-lo o enfraquecem,
o sangue desce no couro.
E o  picador, a cavalo,
vem ainda mais torturá-lo,
no ritual do agouro.
-
Pras multidões, tais violências
têm suas razões, sutilezas.
Verônica é um mistério
que vem de mais profundezas,
pois não está no Evangelho
e é talvez bem mais velho,
daí, talvez a estranheza.
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É “Vera icone” a origem
do nome, veja a beleza:
é “verdadeira imagem”
que quer dizer, com certeza.
E aí está, na via-sacra,
nesse silêncio que lacra
o seu segredo e incerteza.
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Parece que o rosto em sangue
que se fixou no tecido
é um místico signo incerto
pois nunca foi exibido.
E esta estória na História
jamais será tão simplória
que tenha o lacre partido.

sábado, 15 de março de 2025

Jorge Luis Borges

Graças quero dar ao divino
labirinto dos efeitos e das causas
pela diversidade das criaturas
que formam este singular universo,
pela razão, que não cessará de sonhar
com um plano do labirinto,
pelo rosto de Helena e a perseverança de Ulsses,
pelo amor que nos deixa ver os outros
como os vê a divindade,
pelo firme diamante e a água solta,
pela álgebra, palácio de precisos cristais,
pelas místicas moedas de Angel Silésio,
por Schopenhauer
que decifrou talvez o universo,
pelo fulgor do fogo
que nenhum ser humano pode olhar sem um assombro antigo,
pelo acaju, o cedro e o sândalo,
pelo pão e o sal,
pelo mistério da rosa
que prodiga cor e não a vê,
por certas vésperas e dias de 1955,
pelos duros tropeiros que, na planície,
arreiam os animais e a alba,
pela manhã em Montevideu,
pela arte da amizade,
pelo último dia de Sócrates,
pelas palavras que foram ditas num crepúsculo
de uma cruz a outra cruz,
por aquele sonho do Islão que abarcou
mil noites e uma noite,
por aquele outro sonho do inferno,
da torre do fogo que purifica
e das esferas gloriosas,
por Swendenborg,
que conversava com os anjos nas ruas de Londres,
pelos rios secretos e imemoriais
que convergem em mim,
pelo idioma que, há séculos, falei em Nortúmbria,
pela espada e a harpa dos saxões,
pelo mar que um deserto resplandecente
e uma cifra de coisas que não sabemos
e um epitáfio dos vikings,
pela música verbal da Inglaterra,
pela música verbal da Alemanha,
pelo ouro que reluz nos versos,
pelo épico Inverno,
pelo nome de um livro que não li: Gesta Dei per Francos,
por Verlaine, inocente como os pássaros,
pelo prisma de cristal e o peso de bronze,
pelas riscas do tigre,
pe1as altas torres de São Francisco e da ilha de Manhattan,
pela manhã no Texas,
por aquele sevilhano que redigiu a «Epístola Moral»
e cujo nome, como ele teria preferido, ignoramos,
por Séneca e Lucano, de Córdova,
que antes do espanhol escreveram
toda a literatura espanhola,
pelo geométrico e bizarro xadrez,
pela tartaruga de Zenão e o mapa de Royce,
pelo odor medicinal dos eucaliptos,
pela linguagem, que pode simular a sabedoria,
pelo esquecimento, que anula ou modifica o passado,
pelo costume,
que nos repete e nos confirma como um espelho,
pela manhã, que nos depara a ilusão de um princípio,
pela noite, sua treva e sua astronomia,
pelo valor e a felicidade dos outros,
pela pátria, sentida nos jasmins
ou numa velha espada,
por Whitman e Francisco de Assis, que já escreveram o poema,
pelo facto de que o poema é inesgotável
e se confunde com a soma das criaturas
e jamais chegará ao último verso
e varia segundo os homens,
por Frances Haslam, que pediu perdão a seus filhos
por morrer tão devagar,
pelos minutos que precedem o sonho,
pelo sonho e a morte,
esses dois tesouros ocultos,
pelos íntimos dons que não enumero,
pela música, misteriosa forma do tempo

sexta-feira, 14 de março de 2025

TESLA VIVE!!!!

“O GÊNIO DE TESLA”
Nikola Tesla registrou mais de 700 patentes em 35 países do mundo, e muitas dessas invenções trouxeram progresso e prosperidade para a humanidade. No entanto, Tesla, quando morreu em Nova Iorque, não tinha um centavo, e se quisesse dinheiro seria um dos mais ricos do mundo.
“Scientia potestas est.”
O primeiro carro elétrico de Nikola Tesla em 1918 que regenerava eletricidade da terra.
Este é o automóvel elétrico Pierce-Arrow de 1921, de Nikola Tesla, impulsionado por pura eletricidade etérica. É um carro autocarregável, não funciona com baterias, óleo ou gás.
Carros elétricos existem há muito tempo.
Em 1931, Nikola Tesla apresentou e testou um novo carro. Tesla desenvolveu-o com seus próprios fundos pessoais.
O motor tinha sido removido, deixando a embreagem, a caixa de velocidades e a transmissão para as rodas traseiras ininterruptas. O receptor de potência (conversor de energia de gravidade) tinha sido construído pelo próprio Tesla. Estava instalado em frente ao painel de controle. Do conversor estava uma antena pesada de aproximadamente 1,8 metros de comprimento. Esta antena aparentemente tinha a mesma função que a do conversor Moray (energia radiante).
"Agora temos energia", disse Tesla. Disse que havia energia suficiente no conversor para iluminar uma casa inteira, além de fazer funcionar o mecanismo do carro. O carro foi testado por uma semana, atingindo uma velocidade máxima de 144 km/h sem esforço. Alguém comentou que não estava saindo gases do escape. Nikola Tesla respondeu: "Não temos motor".

segunda-feira, 10 de março de 2025

Escritos de Valdemar solha

Tudo que ele escreve é sucesso 
A VERSATILIDADE DA MORTE
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Marilyn Monroe se mata com barbitúricos, Stefan Zweig com veneno, Goering com uma cápsula de cianureto, Santos Dumont com uma gravata, Maiakóvsky com um tiro na cabeça, Getúlio – como Van Gogh - com uma bala no coração, Hemingway dispara a espingarda no céu da boca, Kurt Cobain com um tiro na cabeça, Robin Williams se enforca com o cinto, Mishima pratica o haraquiri – mais ou menos o que faz Brutus ao atirar-se contra a própria espada, Cleópatra ao se fazer picar por uma víbora.  
O jovem Marlon Brando – em uniforme nazista – cai de borco numa poça, atingido por soldados inimigos, em “Deuses Vencidos”; desaba todo sacudido de balas no centro de uma praça, no “Viva Zapata”; cai sentado no chão, perplexo, apunhalado pelas costas, em “Queimada”; morre na meia-idade, baleado pela amante muito jovem – depois de tirar o chiclete da boca e de grudá-lo na janela, em “O Último Tango em Paris”; e morre de infarto, já velho, ao brincar com o neto na horta de “O Poderoso Chefão”.
Aí Gagárin, Leila Diniz, Agostinho dos Santos e Gardel morrem todos em quedas de aviões, enquanto se dá uma série de desastres de automóveis em que se arrebentam James Dean, Francisco Alves, Juscelino Kubitschek, Albert Camus, Lady Di e Ayrton Senna, ao tempo em que Lawrence da Arábia – depois de mil aventuras no deserto - se esbagaça com uma moto no trânsito inglês.
Christopher Reeve – tetraplégico – morre de infarto, como Frank Sinatra e José Wilker. George Michael, de insuficiência cardíaca. Chico Anysio, de uma parada cárdio-respiratória
Paralelamente, Ernesto Nazaré morre afogado, Fred Mercury , Rock Hudson, Michel Foucault, Nureiev, Cazuza, Sandra Bréa, Caio Fernando Abreu, Lauro Corona, Renato Russo, Henfil e Betinho, de AIDS, Euclides da Cunha é fulminado num duelo com armas de fogo, Pinheiro Machado é assassinado a faca, Trotsky cai com uma picareta de gelo metida no cérebro, Valentino e Houdini morrem de peritonite, Belchior morre por causa do rompimento da aorta, meu amigo Kaplan morre devido a uma siringomielia, meu amigo Dr. Atêncio Wanderley do coração, minha mãe, meu irmão e meu filho de câncer, Al Jolson, Le Corbusier e Carmem Miranda, de colapso, Lumumba, Lorca e Mussolini são fuzilados... e acontece a terrível agonia e morte de câncer de Ingrid Thulin no “Gritos e Sussurros”, de Bergman; a terrível agonia e morte por câncer de Geraldine Chaplin no “Cria Cuervos”, de Saura; a terrível agonia e morte por câncer de minha mãe; de meu irmão, de meu filho; a terrível agonia e morte de John Wayne por câncer; David Bowie, de câncer; Betty Lago e Marília Pera, de câncer; Allan Rickman, de câncer; Gabriel García Márquez, de câncer; de Bob Marley por um câncer nos pulmões e no cérebro, a terrível agonia e morte por câncer na boca – de que Freud se livra com três injeções de morfina, a terrível morte de Gary Cooper com câncer na garganta, de Napoleão Laureano no maxilar, de Pedro Collor no cérebro, de Lacan no colo retal, enquanto Billie Holliday, Jim Morrison, Philip Seymour Hoffman, Amy Winehouse, Elvis Presley, Elis Regina, Cássia Eller, Michael Jackson, Prince, e Janis Joplin se vão em overdoses, Stálin e Clark Gable se acabam numa hemorragia cerebral; Caril Chessman, executado na câmara de gás, o casal Rosemberg na cadeira elétrica, Portinari morre intoxicado pelas tintas, meu pai morre com uma pneumonia, Costa e Silva com uma trombose, Madame Curie de leucemia, Cacilda Becker de trombose. 
Kichizo se submete – no “Império dos Sentidos” - ao enforcamento executado por Sade Abe para lhe proporcionar o gozo insuperável de uma ereção de enforcado, Drummond morre desiludido com a morte da filha, doze dias antes, o judeu-romano Messala - vivido por Stephen Boyd – derrotado e mil vezes atropelado no Circo Máximo – expira rascante e profundamente na mesa de amputação – todo estropiado – gozando triunfantemente o gemido fundo que o vitorioso Ben-Hur de Charlton Heston comprime ao saber, pelo agonizante, que a mãe e a irmã estão vivas, sim, mas no Vale dos Leprosos, ...e o que mais?: Ana Karenina se atira para debaixo do trem, Ofélia morre afogada, Empédocles se atira na cratera do Etna, Joana Darc e Giordano Bruno são mortos na fogueira, Danton e Robespierre são guilhotinados, Lady Macbeth se enforca, Tiradentes é enforcado, Santo Estevão é lapidado, Sócrates é condenado a tomar cicuta, Otelo e Julieta se apunhalam, Dagoberto Marçau cai nos abismos de Areia com cavalo e tudo, e o violentíssimo Macbeth japonês de Kurosawa – em “Um Trono Manchado de Sangue”- mesmo com uma multidão de flechas a penetrá-lo todo – como a um São Sebastião – resiste até que uma derradeira frechada lhe cruza a goela – sflich! – e ele cai!
E se vê ( depois do duelo com Charles Bronson ), a mão de Henry Fonda girando o colt no indicador e... errando o coldre, frouxa, ele tombando, perplexo, em “Era Uma Vez no Oeste”, cena semelhante à do duelo final do “Vera Cruz”, depois do qual o bronzeado Burt Lancaster dá um belo e alvíssimo sorriso para Gary Cooper... e desaba morto, do mesmo jeito.
Segue-se o estúpido tirambaço do final de “Sem Destino”, em que Denis Hopper – vindo de moto - é alvejado por uma 12 – por um idiota dentro de uma camioneta - e voa com tudo para fora da pista, ao que prosseguimos com uma série de disparos e vemos Mahatma Gandhi baleado na Índia, Sadat no Egito, Guevara na Bolívia, John Lennon em Nova Iorque, John Kennedy em Dallas, Luther King em Memphis e João Pessoa em Recife, enquanto o pedreiro cai na contramão atrapalhando o tráfego, a multidão grita “Olé!” quando Manolete é traspassado pelos chifres do miúra, Isadora Duncan – passeando à toda velocidade no seu carro-esporte – de repente tem a longa e esvoaçante écharpe embaraçada nas hastes metálicas de um dos pneus e – Argh!
Uf! 
Aí me pergunto: como será o meu fim?
- Surprise!
-
( Publiquei esse texto num dos jornais de João Pessoa, anos atrás. Antes de 1991, pois esse foi o ano em que me aposentei do Banco do Brasil, e me lembro de João Batista de Brito me perguntando, na agência 1817, onde eu trabalhava, se eu estava com algum problema. "Não. Por que?" Lera o artigo. Ou seja: coisa de 30 e poucos anos atrás. )

Frei Gilson sob fogo cerrado

*Algumas ressalvas!*

1) não é o Frei Gilson, quem está fazendo cristãos se levantarem em oração às madrugadas. Frei Gilson, é ungido pelo Espírito Santo e instrumento de Deus! Deus o usou para que nos levantemos em oração e para nós católicos, como penitência, no período da Quaresma!
2) Discordo que a maioria dos católicos são de esquerda, alguns falsos profetas estão embutidos na Igreja Católica ( como em todas as religiões) e fazem uso de suas palavras para deslumbrar cristãos! O que acontece é que estes são mencionados na mídia, que somos conscientes de que está sim é de esquerda! Temos como exemplo Pe. Paulo Ricardo, Pe. José Augusto, entre tantos, que são perseguidos pelo seu posicionamento político!
3) Que bom, com a palavra de um religioso podemos confirmar que JESUS é DEUS! Por isso dizemos: “Santa Maria Mãe de Deus!” Sim, ela é mãe do DEUS FILHO!
4) Fiquemos atentos para que não sejamos colocados uns contra os outros! Afinal somos cristãos ( católicos ou evangélicos) e estejamos atentos para as armadilhas do demônio, que veio para matar, roubar e destruir! 

Que sejamos unidos pela fé e possamos assim levantar clamor, nos humilhar, exaltarmos a Deus, para que assim ele se compadeça do nosso povo!

domingo, 5 de janeiro de 2025

UM PRESIDENTE CONTRA O POVO BRASILEIRO

 Quem poderia imaginar que algum dia o Brasil teria um presidente governando de costas para o povo? Um governo que trabalha a favor do terrorismo, da corrupção e do crime organizado transnacional?

Esse tempo chegou e os desafios são imensos. Agir contra Israel é um desafio e tanto para uma nação sem poder militar e cheio de vulnerabilidades na segurança. Forças armadas desmoralizadas e odiadas pela população. Crise econômica abalando os fundamentos da economia.

Tem saída? Sim. Pelo aeroporto e rodovias do sul.

sábado, 4 de janeiro de 2025

COMÉRCIO DE SENTENÇAS ANIQUILOU AS AÇÕES REVISIONAIS DE CONTRATO

 Como enfrentar os mercenários do Judiciário? Não tem saída. A vida dos advogados e jurisdicionados virou um inferno. 

Mas há motivos para comemoração, Uber, 99, Indrive estão salvando a vida dos advogados no Brasil inteiro.

Trabalhando em aplicativos e outras funções como balconista, milhares de profissionais do direito seguem em frente.

Quando aos bancos, estes não tem mais com que se preocupar.

Inflação de 5% e juros de 480%. È normal? Sim, é o novo normal.

Enquanto isso o governo explode a bomba da inflação nas mãos do povo.