segunda-feira, 26 de outubro de 2009

COLABORAÇÃO DO COLEGA ADRIANO

ADRIANO PEGO RODRIGUES

Dr. Américo, gostaria de colaborar com seu blog com as considerações abaixo:

O BANCO TRABALHA COM A EMOÇÃO DO CONSUMIDOR

Trabalhei em Banco 8 anos, dos quais fui Gerente Geral por 3 anos e tenho especialização em MBA de Gestão Financeira, curso pelo IBMEC-SP e em Direito Bancário pela FGV. Posso afirmar com categoria que os Bancos ficam se comparando para ver qual teve mais lucro por trimestre (levou mais dinheiro da população). As campanhas de empréstimos, venda de título de capitalização e previdência são extremamente focadas em determinadas épocas do ano, visto que eles trabalham com o emocional dos clientes. Por exemplo, a previdência, que capta seu dinheiro a menos de 1% ao mês e empresta acima de 10% a.m, é sempre lançada em dezembro de cada ano, pois é a ocasião quando a população recebe 13º salário, então pensam que podem guardar um pouco para o futuro.

Já o capitalização, geralmente é no início do ano, quando o cliente entra cheio de novas espectativas, então eles focam a esperança do cliente de querer ficar rico da noite para o dia e forçam a barra, recebendo seu dinheiro durante 60 meses, restituindo ao final com de juros de poupança + TR, que não ultrapassa os 10% ao ano, mas emprestam na outra ponta recebendo no mínimo juros de 50% ao ano, ou seja, 500% de lucro.

Com relação ao empréstimo de crédito pessoal, a oferta é focada na véspera de datas especiais, tipo Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia das Crianças, Natal, quando o consumidor não tem recurso disponível, mas quer realizar aquela compra que vai agradar a pessoa a quem tanto ama, então o Banco atua justamente nessa veia emocional, de realizar sua vontade sem pestanejar, mas vai olhar o custo.

A pressão sobre os bancários para ofertar crédito é supervisionada diariamente, as metas são dadas no início do expediente e cobradas no final, sendo que aquele que não cumpre, terá sua cota maior do que os demais no dia seguinte, para compensar. Os Gerentes Gerais são convocados a informar, previamente, no início de cadas semestre, quanto de lucro ele irá dar para o Banco, sendo que bimestralmente é feito uma revisão para checar quantos por cento da meta já foi cumprida.

Por outro lado, são profissionais extremamente estressados, sofrem achatamento salarial a mais de 10 anos, não tem garantia de até quando estarão empregados, vivem sob a possibilidade de terem suas famílias sequestradas pela quadrilhas que assaltam bancos, mas por qualquer vacilo, são demitidos sumariamente.

Só para terem uma idéia do quanto o Banco lucra, sua folha de pagamento deve ser totalmente paga só com as tarifas bancárias, visto que o spread não deve ser comprometido com obrigações trabalhistas, mas tão somente com a busca total e permanente do LUCRO!!!

Não é por menos que o Poder Público é o maior cliente deles, pois com base na taxa de juros praticada, a SELIC, têem pagamento garantido, inadimplência zero, sendo que assim não é interessante para os mesmos reduzirem seus lucros nos empréstimos à população, praticando anatocismos, em virtude da possibilidade de verem seus lucros irem pelo ralo com a inadimplência. Poderia ser o contrário, pois quanto mais baixo fosse a taxa de juros praticada, mais condição teria o consumidor de quitar seus compromissos, tornando-se um ciclo virtuoso e não vicioso, como é atualmente.

Por fim, em função dessa voracidade dos Bancos por lucro, é que devemos também nos engajarmos contra esse assalto à população brasileira, demonstrando aos Conglomerados que através do Judiciário, podemos dobrar sua vontade perante o consumidor!!!

Adriano Pêgo Rodrigues
Advogado - Goiânia
62-3626-9295
62-8507-7055
adrianopego@hotmail.com

Um comentário:

  1. E isso ai meu irmao 1 a 0 pra vc falou bonito... e a realidade vivida por milhoes de brasileiros um abraço.

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